sábado, 16 de maio de 2009

SER GRANDE

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto ésNo mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Ricardo Reis - Odes De Ricardo Reis

AUSÊNCIA

Vinícius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei… tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

(Antologia Poética)

terça-feira, 5 de maio de 2009

O BILHETE DE AMOR

Logo que colocou os objetos embaixo da carteira, Pitu encontrou o bilhete. Leu, ficou vermelho, colocou no bolso, não mostrou para ninguém. De vez em quando, mordia-lhe uma curiosidade grande, uma vontade de reler para ter certeza. Era uma revelação que ele não estava esperando. Não podia dizer que estivesse achando ruim, pelo contrário... Ele estava com vontade de olhar para trás, para as últimas carteiras e procurar por uma resposta com o olhar. Era um tímido e não se encorajava. A professora explicava num mapa as regiões do Brasil e ele viajava num rumo diferente. Ainda bem que ela não estava olhando para ele, nem fazendo perguntas, só estava expondo a matéria. Na hora da verificação, acabaria saindo-se mal. Não gostava de ignorar as coisas perguntadas. Só não se saia muito bem quando se tratava de fazer contas de números fracionários. A professora mesma dizia-lhe que em Português e matéria de leitura e entendimento ele se saía bem; mas nos cálculos tinha dificuldades.
Agora estava distante, pensava em poesias românticas, em música sentimental. Estava meio perdido nos pensamentos confusos. O bilhete queimando no bolso. Uma vontade de relê-lo, palavra por palavra. Interessante, não era um bilhete bem escrito, tinha até erro de Português - porque a curiosidade? Só ele sabia dele, não foi como no dia do correio-elegante, pai, mãe e seu Francisco do armazém querendo saber, dando palpites. Agora tinha um bilhete e era diferente. Tinha um bilhete que trazia uma declaração de amor e uma assinatura. Trazia mais: trazia um convite para um bate-papo na praça, às duas horas, se ele quisesse namorar de verdade. Marina era bonitinha, ele queria. Falta-lhe jeito de dizer, tinha que escrever um bilhete respondendo, era mais fácil. No intervalo, escreveu o bilhete, fechado no banheiro. Quando ela chegou, a resposta a esperava na carteira.
Quase no fim da aula, ele criou força e olhou para trás. Marina sorria, confirmando. Ele sorria também. Diversas vezes, ele olhou pra trás e a encontrou olhando. Trocaram sorrisos e olhares. Os dois estavam vivendo uma ternura primeira e não sabiam escondê-la mais. Tanto assim que a professora pediu que ele virasse pra frente, observando o que estava pedindo pra pesquisa do fim de semana. Naquele fim de semana, ele iria pesquisar alguma coisa nova que não tinha experimentado, como alguns outros de sua idade e turma.

Elias José

COMO FUNCIONA O PROTETOR SOLAR ?

Para muitos de nós, ele é companhia apenas na praia, mas deveria estar grudado na gente durante a prática de qualquer atividade ao ar livre. O protetor solar não só previne queimaduras doloridas como também é um aliado para evitar doenças causadas pela exposição aos raios solares.
O Sol é fonte de luz e calor, que beneficia a Terra. Porém, ele emite uma radiação chamada ultravioleta, que é altamente energética, e que, em excesso, pode alterar a composição das células da pele. Esse órgão, a pele, que recobre o corpo inteiro, tem suas células renovadas o tempo todo e essas células novas expostas ao sol em excesso podem nascer modificadas e dar origem a outras células com alterações. A pele, então, pode vir a apresentar manchas, enrugar e até desenvolver doenças como o câncer.
Por isso, o uso do protetor solar é muito importante. Ele funciona como um guarda-sol invisível para nossa pele. Em sua fórmula, há substâncias que absorvem a energia luminosa do Sol e a transforma, por exemplo, em calor.
Existe, também, um produto similar ao protetor chamado de bloqueador solar. Como sugere o nome, ele atua como uma barreira, evitando que a radiação do Sol penetre na pele. Em sua composição, há substâncias químicas – como dióxido de titânio e óxido de zinco – que refletem o excesso de luz solar.
Proteger a pele é importante desde cedo porque as alterações provocadas nesse órgão são cumulativas. Isso quer dizer que: se ao longo da vida você se expuser ao Sol sem proteção, com mais idade, as chances de ter uma pele envelhecida precocemente ou um câncer de pele serão maiores.
O Sol é um ótimo aliado, estimula a formação de vitamina D, que é responsável pela fixação de cálcio nos ossos. Porém, é preciso ficar de olho nos horários. De dez da manhã às dezesseis horas, a intensidade da radiação solar é grande, sendo que ao meio-dia é o máximo. Portanto, fuja da exposição solar nestas horas e use sempre protetor ou bloqueador solar!
Elisabete Pereira dos Santos
Faculdade de Farmácia
Universidade Federal do Rio Janeiro